quarta-feira, maio 17, 2006

Quando toquei à campainha de tua casa,
o meu coração batia a uma velocidade alucinante.
Desceste a comer um pão com manteiga.
Entre o mastigar e a próxima dentada, perguntaste:
Achas que vou ver a Sara?
Sorri e deixei a vontade de confessar a minha paixão por ti à porta de tua casa.

Nunca te disse nada. Até agora, deste modo.
Sempre tive pouca sorte com os rapazes.

Por isso, nunca me importei que me chamassem "Maria Rapaz".
Sempre servia para esconder dos outros a possibilidade de estar apaixonada por um.
E esse um eras tu!

terça-feira, maio 02, 2006


Eu lembro-me quando me deste a mão e falaste da tua infância.
Disseste que tinhas plantado um árvore.
Falaste também no teu livro.
Acrescentaste que só te faltava um filho e pediste-me para o ter por ti.
Lembras-te?
Pediste-me para educar o meu filho à tua imagem.
Imploraste para eu lhe falar de ti e para lhe mostrar as tuas cartas.
Assim, ele saberia que existe alguém num outro lugar,
que gosta muito de mim e de certeza gostaria muito dele.
Eu estava desesperada com a situação.
Só te restavam uns míseros dias de vida eu acenava que sim, com toda a minha tristeza.
Sem saber que no teu pedido estava a única solução para eu conseguir viver sem ti.
Desculpa-me!
Compreendi-te sempre tão tarde demais.
Desculpa.